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quinta-feira, 20 de março de 2014

A HISTORIA DO CORREIO DO POVO


História[editar | editar código-fonte]

Início: o róseo[editar | editar código-fonte]
Com apenas 26 anos de idade, Caldas Júnior revolucionou a imprensa riograndense, ao fundar um jornal que, segundo declarou no editorial de seu primeiro número: Este jornal vai ser feito para toda a massa, não para determinados indivíduos de uma facção.
Como assinala o historiador Nestor Ericksen, na época a imprensa gaúcha caracterizava-se pelas fortes tendências políticas, influindo diretamente na opinião pública local, de acordo com os interesses partidários. Havia jornais pró-maragatos e pró-pica-paus, alcunhas pelas quais eram conhecidos os adeptos dos principais partidos políticos gaúchos ao final do século XIX.
Os maragatos identificavam-se pelo uso de um lenço vermelho em volta do pescoço, os chimangos, pelo uso de lenço branco. Caldas Júnior, para mostrar que o Correio estava equidistante das duas correntes, imprimiu seu jornal num papel de tom rosado, daí ter sido conhecido, nos seus primeiros tempos, como o róseo.
A primeira edição do Correio do Povo saiu com quatro páginas e 2 mil exemplares. Pouco mais de três anos depois, já eram 4,5 mil exemplares. Desde então, o Correio passou a ostentar no cabeçalho os seguintes dizeres: O jornal de maior circulação e tiragem do Rio Grande do Sul.
O Correio foi inovador na profissionalização dos jornalistas, passando a contar com quadro próprio e não, como ocorria em outros jornais da época, com colaboradores que tinham outra fonte de renda. Também deu ênfase aos aspectos tecnológicos: por exemplo, teve quatro impressoras num período de quinze anos, também teve a primeira impressora rotativa do Rio Grande do Sul, em 1910, quando atingiu uma circulação de 10 mil exemplares.
Breno Caldas[editar | editar código-fonte]


Correio do Povo: sucessão de manchetes sobre a Revolução de 1930.
Com a morte prematura do fundador, em 1913, sua viúva Dolores Alcaraz Caldas assumiu o controle e o jornal passou por dificuldades econômicas, que só cessaram em 1935, quando a direção da Companhia Jornalística Caldas Júnior foi assumida por seu filho, Breno Alcaraz Caldas, nela permanecendo por mais de cinquenta anos.
Em 1946, o jornal deixou as instalações alugadas que ocupava na Rua dos Andradas, instalando-se no então edifício Hudson, na atual rua Caldas Júnior. A via, que se chamava Paissandu, ganhara o nome do fundador do Correio, que ostenta até hoje, dois anos antes, por decreto do prefeito Antônio Brochado da Rocha. O antigo Hudson é o mesmo prédio que ainda hoje abriga as redações do Correio do Povo e da Rádio Guaíba .
Nas décadas de 50 e 60 a liderança do Correio se consolidou. Breno Caldas fundou, ainda, outros jornais, Folha da Tarde(1936), Folha de Manhã (1969), além da Rádio Guaíba e da TV Guaíba.
Em 20 de setembro de 1972, o Correio sentiu a repressão da censura imposta à imprensa pelo regime militar. Ao publicar uma reportagem sobre pronunciamentos de parlamentares contra a censura, apesar de advertido a não fazê-lo, Breno Caldas viu toda a edição daquele dia ser apreendida pela Polícia Federal.
Quando o comandante da operação determinou que a edição apreendida fosse transportada nos caminhões do próprio jornal para a sede da Polícia Federal, Breno Caldas interveio pessoalmente proibindo que os caminhões fossem usados para essa finalidade, o que obrigou os policiais a requisitarem caçambas que trabalhavam no cais do porto, ali perto.
Ainda na década de 1980, a proclamada imparcialidade foi posta à prova, quando o jornalista Flávio Alcaraz Gomes, sobrinho de Breno Caldas e diretor da Rádio Guaíba cometeu um homicídio, fato que teve repercussão nacional. Por ordens expressas de Breno Caldas, a cobertura do crime pelo Correio foi a mais ampla possível, nada ficando a dever a realizada por outros órgãos de imprensa.
Jornal literário[editar | editar código-fonte]


Exemplares do Caderno de Sábado, na década de 70 (foto: Luiz Moraes).
Desde seu primeiro número, o Correio se apresenta não só como um órgão comercial, mas também literário. Na última página, um folhetim ao gosto da época, de autoria de Oliveira Bello. E em sua primeira página, os Rabiscos de Tenório, pseudônimo que ocultava o fundador, Caldas Júnior. Nos números seguintes, Emile Zola e Machado de Assis se faziam tão presentes como os literatos do estado.
A partir de 1899, o jornal institui uma seção chamada Poetas do Sul, na qual colaboram os nomes mais importantes da literatura gaúcha do final do século XIX: Apolinário Porto Alegre, Damasceno Vieira, Mário Totta, Múcio Teixeira e Zeferino Brasil, entre outros.
À seção "Poetas do Sul", seguiu-se Literatura e Páginas Literárias, desembocando no suplemento Caderno de Sábado, que começou a circular no dia 30 de setembro de 1967 e transformou-se em "Letras & Livros" em 8 de agosto de 1981.
Zeferino Brasil, Sérgio de Gouvea, Paulo de Gouvea, Carlos Reverbel, Oswaldo Goidanich (Goida), P.F.Gastal e Sérgio Faraco se sucederam na direção das seções e suplementos literários do Correio.
Em 4 de fevereiro de 1934, Mário Quintana estreia no Correio, com o poema Madrugada. Mas Quintana somente passou a ser colaborador constante do jornal ao lançar seu Caderno H na edição de 18 de junho de 1953. Com algumas interrupções, esteve presente em suas páginas até à sua morte, em 5 de maio de 1994.
Uma nova fase[editar | editar código-fonte]


Edifício Hudson, sede do Correio do Povo.
A partir de 1979, a Companhia Jornalística Caldas Júnior começou a enfrentar dificuldades, por conta da elevada dívida assumida para a instalação da TV Guaíba. Foi um período em que as portas de novos financiamentos se fecharam no Brasil, devido à primeira crise internacional do petróleo, e a inflação recrudesceu.
Em 16 de junho de 1984, o Correio deixou de circular, somente retornando em 31 de agosto de 1986, já sob o controle do empresário Renato Bastos Ribeiro.
Em 26 de maio de 1987, passou a ser um tabloide e experimentou novas inovações tecnológicas.
Em março de 2007, o Correio do Povo passou a fazer parte da Central Record de Comunicação conglomerado de mídia controlado pelo empresário Edir Macedo, juntamente com outras empresas do grupo, a extinta TV Guaíba e as rádios Guaíba AM e FM, bem como o Edifício Hudson, no centro de Porto Alegre, onde funciona a redação do jornal..
Segundo pesquisa do IVC de novembro de 2006, o Correio do Povo é o segundo jornal gaúcho em tiragem e o 8º brasileiro, com 154 mil exemplares aos domingos.
Cadernos[editar | editar código-fonte]

Arte e Agenda - caderno de variedades, cultura, literatura, agenda cultural, coluna social, programação de TV e resumo de novelas.
Correio do Povo Rural - informações sobre o mundo agropecuário gaúcho. Publicado aos sábados.
Vitrine - caderno sobre moda. Publicado aos sábados.
Carros e Motos - caderno sobre automobilismo e motos, as últimas tendências do assunto, testes e artigos. Publicado às quintas-feiras.
Plano de Carreira - Publicado aos domingos.
Colunistas[editar | editar código-fonte]

Juremir Machado da Silva
Taline Oppitz
Élio Gaspari
Eduardo Conill
Luiz Carlos Reche
Hiltor Mombach
Flávio Ricco (Canal 1)
Rogério Mendelski
Referências

Ir para cima ↑ Grupo Record põe a venda jornais "Correio do Povo" e "Hoje em Dia" - Adnews, 29 de setembro de 2009
Ir para cima ↑ Grupo Record adquire 40% do banco Renner - G1, 23 de outubro de 2009
Bibliografia[editar | editar código-fonte]

FRANCO, Sérgio da Costa. Guia Histórico de Porto Alegre (4a. ed.). Porto Alegre: Editora da Universidade (UFRGS), 2006.
Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Jornal Correio do Povo
[Esconder]
v • e
Grupo Record no Rio Grande do Sul
Edir Macedo (90%) • Ester Bezerra (10%)
Televisão Record RS
Rádio Rádio Guaíba
Jornais Correio do Povo
Bancos Rio Grande do Sul: Banco Renner (40%)
[Expandir]
v • e
Central Record de Comunicação
Categorias: Jornais de Porto AlegreCent

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