Total de visualizações de página

terça-feira, 3 de junho de 2014

A ESPOSA DO SENADOR PINHEIRO MACHADO

Benedita Brazilina Pinheiro Machado

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Benedita Brazilina Pinheiro Machado
Nome completoBenedita Brazilina Pinheiro Machado
Nascimento3 de fevereiro de 1856
São Paulo
Morte19 de julho de 1935 (79 anos)
Rio de Janeiro
Nacionalidade Brasileira
ProgenitoresMãe: Eulália da Silva
Pai: Antônio Augusto Araújo Moniz
Benedita Brazilina Pinheiro Machado, nascida Benedita Brazilina da Silva (Araújo Moniz) (São Paulo3 de fevereiro de 1856— Rio de Janeiro19 de julho de 1935), foi a companheira e esposa do senador Pinheiro Machado, com quem casou-se na cidade de São Paulo em 5 de agosto de 1876.
Era filha de Antônio Augusto Araújo Moniz, membro da aristocracia brasileira do sudeste deste país, e de Eulália da Silva. Seu pai pertencia a uma parte da família Moniz de Portugal que, no século XVII, fixou residência na vila de São Vicente, tendo entre os seus ascendentes Garcia de Gusmão Moniz, vindo do Algarve, e cavaleiro fidalgo da Casa Real Portuguesa1 .
Em 5 de agosto de 1876 Benedita Brazilina viria a ser casar com José Gomes Pinheiro Machado, então estudante na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, da USP, e que, após a proclamação da república brasileira (1889), e consequente fim do Império do Brasil, da monarquia constitucional vigente até então, e, portanto, da soberania do imperador Dom Pedro II, viria a se tornar um dos políticos mais influentes do Brasil.
Em 1878, após Pinheiro Machado ter concluído o curso de direito em São Paulo, mudou-se para São Luís Gonzaga, antiga São Luiz das Missões, ingressando na campanha republicana em curso na província de São Pedro do Rio Grande do Sul e fundando o primeiro clube republicano riograndense nesta cidade, com o incentivo e ajuda da esposa, que se desdobrava entre o apoio às atividades na cidade e os trabalhos de administração das terras da família, a Fazenda Pirajú.
Em 15 de novembro de 1889 foi proclamada a república do Brasil, tendo sido fechado o então Senado do Império brasileiro e aCâmara-geral do Brasil. Com as novas eleições decorrentes, Pinheiro Machado foi eleito para representar o estado do Rio Grande do Sul no senado brasileiro, onde participou da assembléia constituinte de 1891. Mas, já em 1893, forças políticas dissidentes lideradas por Gaspar da Silveira Martins e Gumercindo Saraiva fazem eclodir a Revolução Federalista (1893-1895) no sul do Brasil, obrigando o casal a deixar o Rio de Janeiro para lutar em defesa da República. Pinheiro Machado organizava um pequeno exército, por ele mantido, para combater os revoltosos, enquanto a esposa providenciava a logística da tropa, confeccionava uniformes,barracasbandeiras e bandeirolas para as pontas das lanças da cavalaria. Floriano Peixoto ofereceu provisões de campanha, mas Pinheiro dispensou a ajuda “porque tinha um arsenal preparado e um grande chefe, a sua esposa”.2
Benedita Brazilina manteve o centro de apoio logístico às tropas na sua casa de São Luís das Missões até o ataque e saque dosmaragatos, embora, várias vezes, instada a se retirar do lugarejo. Fugindo, rumo a Porto Alegre, foi incumbida de transportar armas para os correligionários, missão que cumpriu atravessando as linhas inimigas com a perigosa carga, enfrentando, corajosamente, as barreiras das forças adversárias.
Ao final da campanha acompanha Pinheiro Machado até a fronteira do Uruguai, onde, como verdadeira combatente, o incentiva a invadir o país vizinho num último golpe contra o inimigo.
Terminada a Revolução e retomando a sua cadeira no Senado Federal, tem início a fase mais marcante da vida política do senador, quando na luta pela consolidação da República vai exercer a sua influência política em prol dos governos do novo regime. A permanência da esposa a seu lado como conselheira e incentivadora faz com que o general comente com as pessoas mais íntimas: _ "Ela é uma mulher de ferro. É o eixo de ferro da minha vida".
Sobre a nova residência da família no Morro da Graça, no bairro de LaranjeirasRio de Janeiro, comenta Emil Farhat, em "O JORNAL", de 31 de julho de 1935:
Brasão dos Monizes
“É por demais conhecida a crônica da vida do chefe gaúcho nesse solar. Sua esposa, porém, não modificara o espírito simples e afeito ao trabalho. As visitas cerimoniosas, ou as dos admiradores populares com que seu marido contava aos milhares, eram recebidas e tratadas afavelmente por ela. Encantavam-na as manifestações dos colegiais no dia do aniversário de Pinheiro Machado”.
“D. Nha-Nhã (seu apelido de criança) reunia em si dois tipos diferentes de mulher. Carinhosa e recatada, afastada das grandes festas mundanas, ela possuía, porém, preferência especial pela atividade do marido. E era de vê-la nos dias sombrios dos movimentos armados ou de rebeliões prestes a desencadear-se, a passear pelas ruas no seu carro, buscando conhecer a extensão do perigo, tal como na revolta de João Cândido. Deixava de ser mulher do lar, para ser a heroína que acompanhou Pinheiro Machado na sua vida tormentosa de rei sem trono”.
solar no Rio, chamado de palacete do Morro da Graça, foi construído no início do século XIX pela família Rozo, e, por volta de 1880, teria sido comprado pelo comerciante Manoel Fernandes da Cunha Graça, que deu seu nome ao morro. Posteriormente, em 1897, foi vendido a Pinheiro Machado.
Após 40 anos de casada, amargurada com o trágico desaparecimento do marido, inscreveu no seu mausoléu construído no cemitério da Santa Casa de Misericórdia, em Porto Alegre:3 "Desoladas, tua esposa e a República lamentam e lamentarão sempre a tua grande falta”.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

    Nenhum comentário:

    Postar um comentário