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terça-feira, 25 de junho de 2013

SALDANHA DA GAMA NA REVOLUÇÃO FEDERALISTA



SALDANHA DA GAMA NA REVOLUÇÃO FEDERALISTA
Por Manuel Guedes


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ARevolução Federalistainiciou-se em fevereiro de 1893 no RGS. Em setembro desse mesmo ano dá começo aRevolta da Esquadrano Rio de Janeiro, chefiada pelo Almirante Custódio de Melo.

Ambas eram causadas pela oposição ao governo de Floriano Peixoto, representado no sul pelo Dr. Julio de Castilhos.

Saldanha da Gama

O Almirante Luis Felipe Saldanha da Gama era o Diretor da Escola Naval e não quis envolver-se na situação revoltosa do Rio, preferindo manter uma atitude de neutralidade“no interesse e pelo dever de salvaguardar a Escola e seus alunos, que são o futuro e a esperança da Marinha.”Desempenhou o papel de socorrer aos feridos evitando contactos com os revoltosos.

Saldanha não admitia a intromissão dos militares da ativa na política partidária. Sintetizou o espírito militar em toda a pureza de sua abnegação e em toda a nobreza de sua sujeição ao Estado.

Saldanha queria evitar que Aspirantes e Marinheiros da Escola fossem arrastados pelo movimento que se processava no Rio. Permaneceria neutral não fosse a medida do governo de Floriano Peixoto estabelecendo o licenciamento dos alunos da Escola. Saldanha permitiu a saída dos alunos que quizessem ir servir ao governo, porém os acontecimentos levaram Saldanha a ir à guerra naval e à revolução.

Foi à revolução“impelido pela força dos acontecimentos para salvar o punhado de companheiros que nela se meteram ou para perecer com eles”(de seu Manifesto).

Quando entra na guerra já fazia 1 ano que a luta vinha se dando no RGS e há 3 meses na baía do Rio. Saldanha expressou que lutaria pela libertação da Pátria brasileira do militarismo, do sectarismo e do jacobinismo:“Ofereço minha vida em holocausto no altar da Pátria”,disse.

A luta no mar terminou em 12/03/1894 com êxito do governo. Os estudiosos culpam a Custódio de Melo pelo fracasso revolucionário.

Saldanha e os revoltosos da Esquadra são levados a Buenos Aires. Alguns trocam o mar por terra e vão em ajuda dos revolucionários que estavam no Paraná.

Saldanha junta-se aos federais:foi em 9/1894 sendo muito bem recebido pelos chefes federalistas. Com ajuda de residentes e emigrados brasileiros da Argentina e do Uruguai, pôde Saldanha organizar corpos de guerreiros. Passou a acampar em Artigas, na fronteira:
“Campó en las márgenes del Cuareim estableciendo alli, una base de operaciones, donde pacientemente reunía los elementos necesarios para la remonta de los cuerpos que peleaban en el interior del Estado; su permanencia en ese punto tenía además la ventaja de contener los ejércitos de Hipólito, Paula Castro y João Francisco, y dar así más libertad de acción a Aparicio y sus compañeros”. (seu filho Sebastião Saldanha da Gama)

As batalhas de Saldanha: Aipó, entre João Francisco e Saldanha. O Cnel. João Francisco perdeu a batalha, algumas bandeiras, uma importante quantidade de cavalos e também um irmão seu morreu.

Carcávio, 05.1895 João Francisco venceu Saldanha e outros chefes. Armas caem em poder de João Francisco. O arroio é afluente do Ibirapitan.

Na manhã de 24 de junho de 1895 as forças de João Francisco, que formavam a vanguarda do Gral. Hipólito Ribeiro, encontram-se com as de Saldanha. Deu-se a famosa batalha deCampo Osório. A batalha começou às 8.00 da manhâ e terminou às 11.00

O escritor de teatro uruguaio Florencio Sanchez –fonte valiosa para o estudo de João Francisco- assim deixou escrito:
”João Francisco acechaba los movimientos de la fuerza invasora y la había dejado obrar temiendo que una etapa antes de tiempo lo hiciera perder la presa; cuando supuso a los enemigos en condiciones de hacerse fuertes, se decidió a tirarles el zarpazo. La operación fue de una simplicidad terrible. Ordenó a sus hombres, unos 600, que avanzaran hasta las trincheras,montados al trote y haciendo fuego. Aquello era descabellado. Los marineros de Saldanha diezmaban impunemente a semejantes locos, pero el avance seguía. De repente los clarines de Saldanha echan diana; el enemigo que había llegado a unos 50 ms. de las trincheras volvió grupas en evidente desmoralización. Chico Rivero se lanza entonces com su caballería a consumar la derrota. Vuelta cara y sable en mano! bramaron los oficiales de João Francisco y a los pocos segundos se produjo el infernal entrevero sobre el campamento mismo de Saldanha. João Francisco había previsto con la intuición del avezado a la guerra gaucha, la salida del impetuoso jefe de lanceros. Su táctica era provocarlo y batirlo después, aprovechando los momentos en que el enemigo no podía hacer fuego, para caer como tromba sobre el campo fortificado.”

A explicação que nos dá o revolucionário Villalba não é diferente:
“O batalhão da marinha que guarnecia as trincheiras recebeu os atacantes com cerrada fuzilaria, porém um incidente veio apressar o desenlace da ação. A pequena força de cavalharia que o Almirante havia colocado nos flancos da trincheira, carregando sem sua ordem sobre a linha cerrada dos castilhistas, foi vigorosamente repelida, saindo em perseguição a cavalharia de João Francisco; retrocedendo em debandada diante do número muitas vezes superior, veio colocar-se na frente e nos intervalos das trincheiras, obrigando os marinheiros a cessarem o fogo. Foi então que penetrando o inimigo no pequeno acampamento, estabeleceu a maior desordem e confusão, esmagando os seus adversários”.(Villalba)

Morte de Saldanha

Saldanha, en sua fugida despois da derrota, foi alcançado por uma partida onde estava o major Salvador Sena (Tambeiro), que, segundo a tradição era um dos muitos militares uruguaios do Caty. Saldanha fugia a cavalo en direção à terra oriental quando é alcançado pelo perseguidor:
“– Respeite-me! Sou o Almirante Saldanha!”e a resposta do Major foi:“-Esses são os que eu gosto!”.Deu-lhe morte a lança, degolou-lhe depois e também mutilou-o, arrancando-se-lhe orelhas e dentes.

Acrescenta ainda “O Maragato” ter dito Saldanha estas palavras que foram as últimas:“Basta miserável”.

Foi necessário esperar alguns dias para achar o cadáver de Saldanha, que tinha sido oculto numa mata.

Depois de complicadas entrevistas entre autoridades e membros da comissão encarregada do resgate do corpo para a família, foi levado a Rivera, onde foi dada sepultura cristã no Cemitério local.

“Campo Osório fora o último sangue da revolução.”(Lima)

O correspondente do Jornal do Brasil assim escreveu:“Quando a batalha terminou, pouco antes das 2 horas da tarde, nem as mulheres que estavam no acampamento se salvaram. Foram todas lanceadas, começando logo a degola dos mortos e feridos” ...(em Lara p.140)

“En 1908, o governo da República mandou especialmente a Montevidéu uma Divisão Naval, sob o comando do Cap. de Mar e Guerra Furtado de Mendonça, levando a sua insignia no Cruzador Almirante Barroso, com a missão de trazer para esta capital os restos mortais do Almirante Saldanha da Gama, sendo-lhe erguido um importante mausoléu no Cemitério de São João Bautista”.(Villar)

Juízo de Ruy Barbosa sobre o Almirante:...”la ingrata fortuna de las armas le arrebató en Saldanha da Gama al héroe de los héroes, a su posible reorganizador, al hombre más completo y al carácter más extraordinario que he conocido en este mundo.”(em Cartas da Inglaterra)


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