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domingo, 10 de fevereiro de 2013

A ENCHENTE DE 41 EM POA


Histórico de enchentes em Porto Alegre

Grandes inundações e enchentes marcaram a cidade de Porto Alegre ao longo da história. Houve episódios graves que afetaram grande parte da cidade. A mais catastrófica enchente se deu na primeira quinzena de maio de 1941, quando as águas invadiram o Centro e diversos bairros mais próximos do Lago Guaíba do sul ao norte da cidade.
Século XIX
Em 1823, uma enchente destruiu grande parte das plantações da cidade. Dez anos mais tarde, relatos históricos da época descrevem uma inundação de grandes proporções em setembro, tendo as águas atingindo a Rua Marechal Floriano. Em 1841 a cidade voltaria a sofrer com inundações provocadas pela elevação do Guaíba. Em 1847, uma outra enchente, também em setembro, castigaria a cidade. No ano seguinte uma nova inundação. A enchente de julho inundou partes do Caminho Novo (atual Voluntário da Pátria) e a praça do Mercado. Em 1850, nova enchente no mês de julho obstruiu a ponte e danificou a ponte da Azenha. A correnteza bloqueou ainda a recém construída ponte de acesso ao Menino Deus. Uma grande enchente voltaria a castigar Porto Alegre em 1873 devido às intensas precipitações ocorridas no final de setembro e começo de outubro na Bacia do Jacuí. A Rua dos Andradas e o Caminho Novo ficaram debaixo d’água. O serviço de bondes foi interrompido em inúmeros pontos. Foi uma das maiores inundações na capital gaúcha de todo o século XIX com o Guaíba 3,5 metros além da cota. Em 1879 uma cheia afetaria as ilhas do Guaíba. Em 1885 duas enchentes atingiram a cidade, tendo sido considerado um ano muito chuvoso. Em 1897, grande enchente atingiu Porto Alegre durante o inverno. Os bairros Menino Deus, Azenha e Caminho do Meio foram fortemente atingidos. A Ponte das Pedras no caminho da Azenha ruiu com a correnteza. Em 1899, chuva intensa volta a provocar uma cheia na cidade. No mês de outubro, a altura da enchente teria chegado a 2,65 metros além da cota normal do Guaíba.
Séculos XX e XXI
Porto Alegre voltaria a ser castigada por graves enchentes no século XX, mas com menor freqüência e gravidade que nos cem anos anteriores. As primeiras enchentes do século se deram em 1905, 1912 e 1914. Em 1914 o Guaíba ficou 2,6 metros além da cota normal. Veio então 1926. A cheia atingiu grande proporções. Algumas ruas do Centro e do Menino Deus ficaram cobertas de água e era possível andar de barco. Entre 13 de setembro e 3 de outubro daquele ano choveu 317,7 milímetros em Porto Alegre, observando-se chuva em 16 dias. Em setembro de 1928 o Guaíba chegou a ficar 3,20 metros além da cota, novamente produzindo-se uma cheia. No começo do ano de 1936 uma nova enchente na capital com o Guaíba 3,22 metros além da cota. Finalmente, o ano de 1941. O Guaíba atingiu 4,75 metros além da cota normal. Apenas em abril e maio de 1941 a chuva somou 791 milímetros em Porto Alegre, o equivalente a metade da média anual da cidade. A grande cheia deixou 70 mil flagelados sem energia elétrica e água potável. O centro da cidade ficou debaixo d"água e os barcos se tornaram o principal meio de transporte de Porto Alegre em maio daquele ano. Após 1941, o Arroio Dilúvio foi canalizado, o Muro da Mauá foi construído e inicou-se a construção de um sostema de drenagem.
 
Com as obras realizadas posteriormente a 1941, diminuiu a freqüência de inundações na cidade. Mesmo assim a cidade voltaria a sofrer com inundação em agosto de 1965.
 
Dois anos mais tarde, em, 1967, Porto Alegre enfrentou nova enchente. O Guaíba ficou 3,13 metros além da cota. Eventos de chuva muito intensa nos anos de 1973, 1983 e 2001 voltariam a trazer preocupação, mas as cenas do passado não se repetiram na cidade. O Guaíba ficou 2,32 metros acima da cota em 83 e 2,40 metros acima em 2001. Em setembro de 2007, uma grande enchente atingiu as ilhas com o maior nível do Guaíba desde 1983.
El Niño
Levantamento histórico produzido pela MetSul Meteorologia relacionando os eventos de enchente em Porto Alegre ao comportamento do Oceano Pacífico revela que nitidamente há uma estreita relação entre episódios de El Niño – fenômeno caracterizado pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico Equatorial – e as cheias na capital gaúcha. A esmagadora maioria das enchentes nos últimos duzentos anos na cidade se deu sob condições de El Niño. A enchente de 1941, por exemplo, ocorreu sob um dos mais intensos eventos Niño do século XX.

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