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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Neugebauer


Neugebauer

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Neugebauer sa
Slogan "Nossa história é chocolate."
Fundação 17 de setembro de 1891
Sede Porto Alegre
Fundador Franz Neugebauer
Ernest Neugebauer
Max Neugebauer
Fritz Gerhardt
Proprietário Grupo Vonpar sa
Gênero Empresa alimentícia
Indústria Brasileira
Produtos Chocolate e Doce
Neugebauer foi uma indústria brasileira de produtos de chocolate sediada na cidade brasileira de Porto Alegre. Atualmente é uma marca de chocolates e doces da divisão alimentos do Grupo Vonpar.

História

A Neugebauer é a mais antiga fábrica de chocolates do Brasil, tendo sido fundada pelos irmãos imigrantes alemães Franz, Ernest e Max Neugebauer, e o sócio Fritz Gerhardt, em setembro de 1891. Quando o técnico confeiteiro alemão Franz Neugebauer chegou a Porto Alegre, em 1887, conversou com as autoridades municipais e percebeu o interesse que tinham na implantação de novas indústrias. Ele passou então a desenvolver planos para fabricar produtos alimentícios.
Após conseguir o local, um prédio onde antes funcionara uma escola, Franz Neugebauer escreveu a seus familiares na Alemanha, pedindo ao seu irmão Ernest que se especializasse no ramo de confeitaria e de chocolates e ao seu irmão Max que viesse para o Brasil, com a finalidade de iniciarem a indústria.
E assim, Franz e Max Neugebauer, juntamente com o amigo Fritz Gerhardt, fundaram a firma Neugebauer Irmãos & Gerhardt, em 17 de setembro de 1891. O início das atividades enfrentou obstáculos, contudo conseguiram ampliar a produção, principalmente depois da chegada de Ernest ao Brasil, trazendo novas técnicas e aumentando o capital da empresa. Em 1896, com o grande sucesso alcançado, a fábrica expandiu-se e adquiriu mais um prédio e, com a saída de Fritz Gerhardt, mudou a razão social para Neugebauer & Irmãos.
No início do século XX, com o pleno êxito dos negócios, a fábrica já não comportava o aumento das vendas e era preciso crescer mais. Em 1903, adquiriram mais um terreno e deram início a construção do prédio de dois andares, que por muito tempo foi o maior do bairro Navegantes, em Porto Alegre. Nas novas instalações, ampliaram a área industrial e abriram a primeira loja de produtos.
Por volta de 1913 a Neugebauer estava dividida em 10 seções, sendo a fábrica servida por dois motores a vapor, que acionam 30 máquinas e 10 caldeiras próprias para a fabricação de confeitos. [1]Além disso, existiam seções de cartonagem e funilaria, sendo esta última servida por um motor elétrico, que acionava 10 máquinas.[1] O acondicionamento dos confeitos era feito em latas de folha-de-flandres brancas e litografadas, sendo também as caixas de madeira confeccionadas na própria fábrica.[1] Haviam cerca de 2.000 tipos de drágeas, caramelos, pastilhas, bombons finos, chocolate e biscoitos sendo produzidos.[1] Nessa época a fábrica havia sido premiada com grandes prêmios, medalhas de ouro e prata em exposições no Rio Grande do Sul, Estados Unidos, Milão e na Exposição do Rio de Janeiro, com grande prêmio e diversas medalhas de ouro.[1]
Com o sucesso alcançado, os irmãos Neugebauer foram vitoriosos com sua fábrica, hoje a mais tradicional indústria de chocolates do país. Mantiveram controle sobre a indústria até 1982, quando a venderam para o Grupo Fenícia.[2]
Em 1998, a Parmalat compra a Neugebauer[3], porém a mantém em seus ativos até setembro de 2002, quando a empresa foi adquirida pela Florestal Alimentos [4], de Lajeado, Rio Grande do Sul.
A Florestal Alimentos, enquanto esteve a frente da Neugebauer, exportou alguns de seus produtos, tais como bombons bola, bombons sortidos, tabletes, barras e confeitos, para países como África do Sul, México, Costa Rica, Omã, Jamaica, Gana, Panamá, República Dominicana, Equador, Israel, Ilhas Fiji e Nova Zelândia.
Em 5 de janeiro de 2010, o Grupo Vonpar, maior engarrafador Coca-Cola do estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, compra a Neugebauer, criando assim a Vonpar Alimentos S/A, que corresponde a divisão de alimentos do grupo, que engloba tanto a Neugebauer, quanto as empresas anteriormente adquiridas, Mu-Mu Alimentos (Lácteos e seus derivados, doces) e Wallerius (candies).[5]
Entre os seus produtos, destacam-se os bombons Amor Carioca e Noite de Gala (em nova versão), os confeitos Bib's, os tabletes Refeição e Stikadinho, a caixa de bombons sortidos Lembranças, e as barras Preto e Branco (chocolate meio amargo e chocolate branco) e Napolitano (chocolate ao leite, chocolate branco e lamina sabor morango).

Ligações externas

Referências

  1. a b c d e Impressões do Brazil no Século Vinte, Lloyd's Greater Britain Publishing Company, Ltd. Inglaterra, 1913.
  2. História da Neugebauer
  3. Parmalat abandona a produção de chocolate
  4. Mordida no chocolate, gaúcha Florestal adquire Neugebauer
  5. Vonpar compra fabricante de chocolates Neugebauer

    Jornal > Há um século no Correio do Povo

    Letra Diminuir letra Aumentar Letra ANO 115 Nº 69 - PORTO ALEGRE, TERÇA-FEIRA, 8 DE DEZEMBRO DE 2009

    Fabrica Neugebauer

    Frota de caminhões para entregas da Neugebauer e Ernesto Neugebauer (abaixo)
    Crédito: fotos cp memória


    Recebemos diversas amostras de chocolate fabricado nesta capital pelo conhecido e acreditado estabelecimento industrial do sr. Ernesto Neugebauer. Provámos o chocolate, e podemos affirmar que é um artigo de primeira qualidade, igual ao dos mais reputados fabricantes francezes.

     Neugebauer – um nome incontornável na história do chocolate brasileiro


    Viajando de ônibus, de São Paulo caminho a Campinas, fiquei de repente confrontado com a história do chocolate no Brasil. Numa paragem imprevista à saída da estação de Tietê, um vendedor ambulante entrou, convidando os passageiros à degustação de chocolate. Notei logo que tinham um sabor fabuloso que me lembrava vagamente dos chocolates tradicionais do Sul da Alemanha. Reparei no nome do produto: Neugebauer. Comprei logo 4 saquinhos, por um preço de promoção improvisada  no momento, e perguntei ao  rapaz pela origem do produto. Não sabia responder. Então comecei a investigar pela internet, descobrindo uma história que desconhecia até então por completo. O Brasil, sendo um dos maiores produtores de cacau, só a partir de 17 de Setembro de 1891, portanto há 120 anos, passou a ter uma produção com base na refinação da matéria prima e uma empresa que passou a vender os produtos ao consumidor final: Neugebauer. Passo a citar a história, compilando a informação de fontes várias.

    Em 1888, o confeiteiro alemão Franz Neugebauer (não cheguei a descobrir a região de origem dele) chegou a Porto Alegre. Explorando as possibilidades da sua profissão, conversou com as autoridades municipais e percebeu logo o interesse que tinham na implantação de novas indústrias. Foi então que passou a desenvolver planos para fabricar produtos alimentícios. Conseguido o local adequado, um prédio onde antes funcionara uma escola, Franz Neugebauer escreveu aos seus familiares na Alemanha, pedindo ao seu irmão Ernst que se especializasse no ramo da confeitaria e chocolates e viesse para o Brasil, com a finalidade de iniciarem a produção.

    Foi assim que Franz e Max Neugebauer, juntamente com o amigo Fritz Gerhardt, fundaram a firma Neugebauer Irmãos & Gerhardt, em 17 de setembro de 1891.

    O início das atividades foi de lutas e obstáculos, contudo conseguiram ampliar a produção, principalmente depois da chegada de Ernst ao Brasil, trazendo novas técnicas e aumentando o capital da empresa. Em 1896, com o grande sucesso alcançado, a fábrica expandiu-se e iniciou a construção de mais um prédio e, com a saída de Fritz Gerhardt, mudou a razão social para Neugebauer & Irmãos.
    No início do século XX, com o pleno êxito dos negócios, a fábrica já não comportava o aumento das vendas e era preciso crescer mais. Em 1903, adquiriram mais um terreno e deram início  à construção do prédio de dois andares, que por muito tempo foi o maior do bairro Navegantes, em Porto Alegre. Nas novas instalações, ampliaram a área industrial e abriram a primeira loja de produtos:

    «Dividida em 10 seções, é a fábrica servida por 2 motores a vapor, que acionam 30 máquinas e 10 caldeiras próprias para a fabricação de confeitos. Além disso, há seções de cartonagem e funilaria, sendo esta última servida por um motor elétrico, que aciona 10 máquinas. O acondicionamento é feito em latas de folha-de-flandres brancas e litografadas, sendo também as caixas de madeira confeccionadas na própria fábrica. Nas suas máquinas a vapor, são empregados como combustível o carvão nacional e a lenha.
    Há cerca de 2.000 tipos de dragées, caramelos, pastilhas, bombons finos, chocolate e biscoitos, diversamente coloridos e capazes de satisfazer aos mais finos paladares. A matéria-prima empregada é nacional e de primeira qualidade, o que redunda no crescente aumento dos créditos da fábrica. Preside às operações preparatórias o mais meticuloso asseio e pode-se observar que o pessoal de ambos os sexos em trabalho nas diferentes seções é robusto e sadio.
    Houve grandes dificuldades a vencer ao princípio; ma a perseverança no trabalho e a superioridade dos produtos acabaram por vencer todas as resistências. As confecções desta fábrica rivalizam com as melhores do estrangeiro. As relações comerciais da firma se estendem de Mato Grosso até o Amazonas, para o que ela dispõe atualmente de 16 representantes e caixeiros-viajantes.
    No próprio estabelecimento à Avenida Germânia, 49, trabalham atualmente 150 operários, em sua grande maioria mulheres. Um depósito com venda a varejo, à Rua dos Andradas, 342, é dirigido por senhoras. O escritório da fábrica remontou-se à Praça 15 de Novembro, 30. A fábrica foi premiada com grandes prêmios, medalhas de ouro e prata em exposições do estado do Rio Grande do Sul, dos Estados Unidos, de Milão e ultimamente na Exposição do Rio de Janeiro, com grande prêmio e diversas medalhas de ouro


    Fonte: página 817 de Impressões do Brazil no Seculo Vinte, editada em 1913 e impressa na Inglaterra por Lloyd's Greater Britain Publishing Company, Ltd., com 1.080 páginas. A obra teve como diretor principal Reginald Lloyd, participando os editores ingleses W. Feldwick (Londres) e L. T. Delaney (Rio de Janeiro); o editor brasileiro Joaquim Eulálio e o historiador londrino Arnold Wright.


    Com o sucesso alcançado, os irmãos Neugebauer triunfaram com a sua fábrica, hoje a mais tradicional indústria de chocolates do país. Mantem-se até hoje o nome

    Mantiveram controle sobre a indústria até 1982, quando a venderam para o Grupo Fenícia. No entanto, não na sua totalidade: um neto do pioneiro, Ernesto Harald Neugebauer, fundou , no mesmo ano de 1982, a empresa Harald que se tornou até à data a maior empresa brasileira no segmento de chocolates industriais (hoje dirigido pelo filho Ernesto Ary Neugebauer).


    Veja a reportagem recente de Fátima Costa (2011), “O doce sabor”,  Dinheiro Rural, nº 86, (Dezembro de 2011)
    http://www.terra.com.br/revistadinheirorural/edicoes/86/artigo243710-1.htm


    Voltando à história da empresa Neugebauer,  esta passou em 1998 para a Parmalat que a  manteve nos seus ativos só até setembro de 2002, quando a empresa foi adquirida pela Florestal Alimentos, de Lajeado, Rio Grande do Sul, sendo vendida novamente em dezembro de 2009 para a Vonpar Alimentos, outra empresa do Rio Grande do Sul de tradição familiar alemã ou suíça (família Vontobel, 1945: Johann Jakob Vontobel), e ultrapassou assim as fronteiras do território brasileiro. Atualmente exporta bombons bola, bombons sortidos, tabletes, barras e confeitos para a África do Sul, México, Costa Rica, Omã, Jamaica, Ghana, Panamá, República Dominicana, Equador, Israel, Ilhas Fiji e Nova Zelândia, entre outros.

    Entre os seus produtos, reconhecidos pelo consumidor, destacam-se a barra de chocolate Preto e Branco, a primeira do país fabricada com duas camadas, o bombom Amor Carioca, os confeitos Bib’s,  as tabletes Refeição e Stikadinho, além da caixa de bombons sortidos Lembranças, da nova versão do bombom Noite de Gala e do relançamento do apreciado bombom Love Me.


    No entanto, estou quase convencido que os chocolates Neugebauer que tive o prazer de degustar no  ônibus que saía de São Paulo ainda eram da produção artesanal original que tenha permanecido nalgum lado escondida (não vi a data de validade, mas ainda continuo vivo).


    Agradeço a leitura crítica da mestranda Ana Patrícia Castro (Mestrado de Tradução e Comunicação Multilingue)

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