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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

BONDES DE PORTO ALEGRE


Author: Jean Rehermann
•00:59
Olá a todos, este é o primeiro post sobre imagens e fotografias e neste dia nós vamos viajar no tempo, ao passado, e relembrar ou conhecer a história ou pelo menos um pouco dela, do transporte público de Porto Alegre.

É uma história repleta de nostalgia e através destas fotos e comentários nós poderemos sentir um pouco deste sentimento.


Porto Alegre sempre foi um porto prósprero, e dois comerciantes locais, um Brasileiro chamado Estácio da Cunha Bittencourt e um Francês chamado Emílio Gembembre, abriram uma linha de bondes de tração animal entre a beira do rio e o Menino Deus no dia 1 de Novembro de 1864. Esta foi a segunda estrada de ferro urabana no Brasil, procedida somente pela linha da Tijuca no Rio de Janeiro, que foi aberta em 1859. 

Uma nova companhia, Carris de Ferro Porto-Alegrense, formada em 19 de Junho de 1872, adquiriu bondes novos de John Stephenson em Nova Iorque, instalou novos trilhos de medidas em metro ao longo do mesmo percurso, e abriu uma nova linha de bondes em 4 de Janeiro de 1873. A estação da CFPA ficava na Av. João Pessoa


Uma terceira companhia, Carris Urbanos de Porto Alegre, instalou trilhos com medidas padrão de 1435 mm e abriu novas rotas de bonde em outras partes da cidade durante os anos de 1880. Este cartão postal mostra o bonde de medidas padrão (esquerda) e os bondes de medidas em metro(direita) na Rua dos Andradas por volta de 1900.


Em 24 de Janeiro de 1906, a CFPA e a CUPA se fundiram e formaram a nova Companhia Força e Luz Porto-Alegrense, que mais tarde passou a operar todas as rotas de bonde e serviços elétricos na cidade.

A CFLPA começou a eletrificação do sistema de bondes, estabelecendo medidas padrão de 1435 mm e, em 22 de Agosto de 1906, encomendou 37 bondes elétricos da United Electric Co. em Preston, Inglaterra. (United Electric foi renomeada English Electric em 1918 e se associou com a Dick, Kerr & Co.) A fotografia abaixo, tirada na Inglaterra antes que embarcassem para o Brasil, mostra um dos 35 carros de 8 bancos, que foi numerado de 1 a 35.

Os bondes 36 e 37 inauguraram a linha de bondes elétricos em Porto Alegre no dia 10 de Março de 1908. O Cartão postal abaixo mostra a mesma esquina da Rua dos Andradas que a terceira imagem acima, mas após a eletrificação. O segundo andar do bonde de dois andares foi coberto. Um bonde de um andar se aproxima à distância.


Este cartão postal mostra um dos bondes de um andar na Rua Voluntários da Pátria.


Entre 1909 e 1920, a United Electric enviou para CFLPA mais dois bondes de dois andares, numerados 38 e 39, oito bondes pequenos e abertos, numerados de 40 a 47, e quarenta bondes fechados, numerados de 48 a 87. Nos anos de 1920, os bondes abertos foram fechados e os quatro bondes de dois andares foram transformados em bondes com um andar.


Em 1925, a CFLPA encomendou dez bondes fechados da Ateliers de Construction Energie em Marcinelle, Bélgica: cinco de vagão único, numerados de 88 a 92, e cinco de vagão duplo, numerados de 101 a 105. Infelizmente não foram encontradas fotos deles.

O governo Brasileiro dissolveu a CFLPA em 1926 e formou companhias separadas para transporte e serviços: A nova operadora dos bondes era a Companhia Carris Porto-Alegrense. CCPA foi adquirida dois anos depois pelo conglomerado americano, Electric Bond & Share, que iniciou um programa de importação que tornaria Porto Alegre a meca para entusiastas de bondes Norte Americanos nos anos de 1950 e 1960.

Em 31 de Dezembro de 1928 a nova CCPA/EBS encomendou 20 bondes de vagão duplo da J. G. Brill na Filadelfia, que foram numerados de 106 a 125 em Porto Alegre.


Em 1929, a CCPA comprou 32 bondes "Birney" de segunda mão de Baltimore, que foram numerados de 126 a 157, e oito do mesmo tipo da Eastern Massachusetts Street Railway, perto de Boston, que foram numerados de 158 a 165. 

Todos haviam sido construidos pela Brill no início dos anos de 1920. Em 1933, a CCPA construiu 10 carros "Birney" por si própria, os chamou de Millers e os numerou de 166 a 175. 

E em 1934 adquiriram 20 bondes de segunda mão da Richmond Railways em Staten Island, Nova Iorque, que haviam sido construidos pela Osgood-Bradley em Massachusetts nos anos de 1920. Eles sofreram bastantes reformas em Porto Alegre e foram numerados em uma nova série de 1 a 20.


Em 1936, a CCPA comprou mais 20 bondes da Eastern Massachusetts Street Railway – construidos em 1923 pela Kuhlman – que foram numerados de 21 a 40. 

Em 1937 eles juntaram 14 Baltimore Birneys e construitam sete bondes de lado curvo e eixo duplo, que foram apelidados de "Texanos" e numerados de 41 a 47. O número 47 é designado DOM PEDRO II


O ano de 1940 trouxe consigo quatro bondes grandes de York, Pensilvânia. Três unidades principais construidos pela Brill foram numeradas de 176 a 178 e depois de 101 a 103; Um "Eletromóvel" construido Osgood-Bradley foi numerado 179, e depois 100. O bonde Brill 102, ex-177, fotografado na Av. Protásio Alves, perto do fim da linha PETRÓPOLIS


Em 1940 também chegaram doze bondes de 12 janelas que a Perley Thomas Car Works em High Point, Carolina do Norte, construiu para a cidade de Miami em 1925. Eles foram numerados de 180 a 191 em Porto Alegre, e depois renumerados de 88 a 99.

Mais 25 bondes de eixo duplo, construidos pela Osgood-Bradley, em 1927 para a Worcester Street Railway em Massachusetts foram enviados para Porto Alegre em 1946. Sua nova numeração em Porto Alegre foi de 126 a 150.

Os 130 bondes Americanos, 89 Ingleses e 10 da Bélgica faziam Porto Alegre parecer o maior museu de bondes em operação do mundo.

O DATC decidiu substituir o transporte sobre trilhos por ônibus e inaugurou a linha trolleybus no dia 7 de Dezembro de 1963: cinco unidades Massari deslocaram-se até o Gasômetro e o Menino Deus – pelas ruas onde os bondes de tração animal originaram as linhas de bonde 102 antes. 

A linha do trolleybus foi fechada em 1969 e o DATC utilizou o último bonde em Porto Alegre no dia 8 de Março de 1970. Exceto por Santos em 1971, este foi o último grande sistema de bondes a fechar no Brasil.


No dia 11 de Abril de 1982, o primeiro trecho de 0.6 km do nada convencional Aeromóvel de Porto Alegre começou a transportar passageiors pela Av. Loureiro da Silva. Os primeiros 27 km do Metrô de superfície, operado pela Trensurb, foram inaugurados no dia 4 de Março de 1985. As medidas são de 1600 mm e os trens foram construidos pela Nippon Sharyo, no Japão.

Primeiros bondes de Porto Alegre - 1865
O início do transporte por bondes em Porto Alegre deveu-se à iniciativa de Estácio Bittencourt e Emílio Gengebre, que inauguraram o serviço em 1865. Os pequenos veículos de tração animal corriam em trilhos de madeira, e tendiam a descarrilhar quando chovia. O povo apelidou os veículos de "maxambombas".


Bonde "Imperial" - Porto Alegre - 1908
A cidade de Porto Alegre foi a única do Brasil a utilizar bondes de dois andares, apelidados de "Imperiais". Eles serviram durante poucos anos, pois não tiveram boa aceitação. A empresa que explorava o serviço na época era a Companhia Força e Luz Porto-Alegrense, formada pela fusão das duas empresas anteriormente existentes, a Companhia de Carris de Ferro Porto-Alegrense e a Companhia de Carris Urbanos de Porto Alegre.


Largo Montividéu - Porto Alegre - 1920
Vemos na imagem um bonde elétrico com reboque trafegar pelo Largo Montevidéu, em Porto Alegre, no ano de 1920. Os bondes, da Companhia Força e Luz Porto-Alegrense, tinham bitola padrão de 1,435m, e eram de fabricação americana ou inglesa.


Bonde com reboque - Porto Alegre - 1920
A imagem mostra um bonde elétrico com reboque na Rua 7 de Setembro em Porto Alegre, nos anos 20. Os bondes trafegavam na mão esquerda, por conta da influência dos ingleses, que implantaram o serviço de bondes elétricos. A mudança da mão só se deu em 1935


Bonde na Rua Marechal Floriano - Porto Alegre - 1920
Os bondes elétricos de Porto Alegre tiveram boa acolhida por parte do público. As linhas iniciais foram as do Menino-Deus, Partenon, Glória e Teresópolis. Em 1920, as linhas existentes eram, além das citadas acima, as dos Moinhos de Vento, Navegantes e São João


Rua Voluntários da Pátria - Porto Alegre - 1920
Vemos duas composições de bondes elétricos se cruzando na Rua Voluntários da Pátria, em Porto Alegre, nos anos 20. Os bondes estão puxando respectivos reboques, que eram na verdade antigos veículos de tração animal convertidos para esta nova função. Os reboques eram chamados de "operários", por conta de sua tarifa mais baixa, mas o povo os apelidou de "caradura".


Bondes em Porto Alegre - 1942
A imagem mostra dois bondes trafegando pela Av. Borges de Medeiros, em Porto Alegre, em 1942. A empresa prestadora do serviço, a Companhia de Carris Porto Alegrense, foi comprada em 1928 pela empresa americana "Electric Bond & Share", a qual iniciou um programa de modernização da frota, com a aquisição, a partir de 1928, de veículos de diversos fabricantes, como J.G. Brill e Osgood-Bradley


Av. Borges de Medeiros - Porto Alegre - 1950
A imagem mostra um bonde da Cia. de Carris Porto Alegrense trafegando pela Av. Borges de Medeiros, em Porto Alegre, em 1950. O veículo fechado é do tipo de dois trucks, e foi adquirido pela administração norte-americana com a finalidade de modernização da frota. Vê-se pela imagem que, nesta época, a concorrência dos ônibus e lotações começava a se intensificar.


Bonde Auxiliadora - Porto Alegre 1963
A imagem mostra um bonde da linha Auxiliadora, em Porto Alegre, no ano de 1963. O veículos, pertencente à DATC (Departamento Autônomo de Transporte Coletivo, da Prefeitura), é um Brill 1928. Está na Praça 15 de Novembro



Espero que tenham gostado desta minha contribuição. Este material foi retirado de sites da internet.

Texto traduzido por Allen Morrison (http://www.tramz.com)

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