Período republicano - 1894 - CERCO DA LAPA. O -Paraná
05/10/2012 às 08:38:03
1894 - CERCO DA LAPA, O
Paraná
O
município brasileiro de Lapa, no estado do Paraná, está situado na
região metropolitana de Curitiba, mais precisamente na microrregião do
mesmo nome, distante 62 km da capital estadual. Segundo o censo de 2010,
nele moravam 44.936 pessoas, sendo 22.646 homens e 22.290 mulheres. O
município possui a quarta maior área territorial do Paraná, sendo
considerado o maior produtor de fruta de caroço do estado.
Lapa é
conhecida historicamente por ter ocorrido em 1894, nos arredores de sua
cidade-sede, o famoso Cerco da Lapa, quando um confronto sangrento
envolveu soldados do governo federal (os pica-paus) comandados pelo
general Antônio Ernesto Gomes Carneiro, e revolucionários (os maragatos)
liderados por Gumercindo Saraiva. Estes pretendiam não só “libertar o Rio Grande do Sul da tirania de Júlio Prates de Castilhos”, então presidente do Estado, mas também “conquistar uma maior autonomia do Rio Grande do Sul, descentralizando o poder da então recém proclamada República”.
Tudo
aconteceu no início daquele ano, quando a parte sul do município foi
invadida pelos revolucionários federalistas riograndenses e a cidade foi
transformada em praça de guerra. Durante 26 dias os soldados
republicanos resistiram bravamente ao cerco que lhes era feito pelos
atacantes maragatos, sendo forçados a capitular em 11 de fevereiro de
1894 em virtude da falta de munição e comida. Na tarde desse mesmo dia,
foi a guarnição desarmada e a cidade ocupada pelos revolucionários.
Dessa
batalha heróica participaram 639 homens das forças regulares, além de
voluntários civis. Eles foram os defensores da cidade que enfrentaram
galhardamente, por mais de três semanas, o ataque dos três mil
combatentes revolucionários, dando assim ao presidente da República na
época, marechal Floriano Peixoto, o tempo necessário para reunir
soldados em número suficiente e com eles deter o avanço dos rebelados. O
general Gomes Carneiro, atingido por um tiro no peito, faleceu durante o
confronto (ilustração ao lado), sendo seus restos mortais, bem
como os de muitos outros que também tombaram durante a resistência,
sepultados no Panteão dos Heróis.
Em um
dos muitos relatos sobre a morte do general Gomes Carneiro diz-se que no
dia 7 de fevereiro, ele, a cavalo, estava em toda a parte, dando o
exemplo e animando a resistência. Foi assim que apareceu na trincheira
erguida no cruzamento da Rua das Tropas com a da Boa Vista entre as
casas de Francisco de Paula e do coronel João Pacheco, onde a fuzilaria
estava dizimando a guarnição. Apenas chegara, uma bala do inimigo o
prostrou gravemente ferido. Foi recolhido à casa próxima, do professor
Pedro Fortunato de Souza Magalhães, onde ficou em tratamento aos
cuidados do Dr. João Candido Ferreira, médico da segunda Brigada, mas
faleceu no dia 09. No dia seguinte a notícia da sua morte já era
conhecida de todos e por isso a desolação tornou-se geral. O cadáver do
grande herói, envolto na bandeira do 17º. Batalhão de Infantaria, foi
sepultado na sacristia da Matriz de Lapa.
Quanto
a Gumercindo Saraiva, após o Cerco da Lapa e quando já se encontrava em
Ponta Grossa, ainda no Paraná, as tropas legais o obrigaram a recuar.
Em 10 de agosto de 1894, no Rio Grande do Sul, ele e seus homens
encontravam-se no Capão da Batalha, perto do arroio Carovi, no atual
município de Santiago. Enquanto reconhecia o terreno onde se travaria a
batalha prevista para o dia seguinte, a bala do tiro fatal disparado por
um atirador de tocaia o atingiu nas costas. Com sua morte, as forças
federalistas se desestruturaram e sofreram pesadas baixas.
A seu respeito conta-se que “Numa
guerra de barbáries, dois dias depois de enterrado, seu corpo foi
retirado da cova, teve a cabeça decepada e levada em uma caixa de
chapéus ao governador Júlio de Castilhos. Mais tarde, trasladaram seu
corpo para o cemitério municipal de Santa Vitória do Palmar, mas sem a
cabeça”.
Entre
as histórias existentes sobre sua pessoa, uma conta que em certa ocasião
um de seus soldados, de nome Diniz, matou uma mulher com uma navalha.
Muito revoltado com o acontecido, Gumercindo decidiu aplicar uma punição
exemplar ao assassino, e por isso mandou decapitá-lo.
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