Rodeio crioulo na Cultura Gaucha |
Parar
rodeio é a ação de se juntar todo o gado de uma invernada em um certo
lugar já determinado. Os antigos tinham por hábito assinalar o local do
rodeio cravando um pau alto e nele dependuravam um couro; também servia
para chamarisco do gado.
Para um pelado de rodeio era escolhido
sempre um lugar plano e no alto de uma colina. Em uma invernada de 10 ou
20 quadras podia haver dois rodeios. A finalidade do rodeio era para se
revisar o gado, dar sal, curar os abichados e terneiros recém-nascidos,
como apartar, se fosse necessário certos animais como auxílio do
sinuelo.
De preferência os rodeios eram tocados ao clarear do
dia. Ao chegarem na invernada o patrão ou capataz distribuía o pessoal.
Cada um saía para um costado; nada de dois peões juntos. Salvo, em casos
difíceis, como tirar um boi da manheiro do mato, sanga ou lagoa. O gado
era levado para o rodeio às portas, tocado aos gritos de peões e
cachorros. Cerrado o rodeio, o patrão determinava a peonada. Dois
ou três dos mais moços ou guris ficavam encarregados de atacar o rodeio.
Aos mais campeiros, tocava de laçarem as reses abichadas. Dois gaúchos
boleavam a perna, maneavam seus cavalos e , a pé, preparavam-se para
curarem as bicheiras dos animais que eram trazidos ou afastados no laço
até ao seu alcance. Os curativos eram feitos com criolina, vinda em
vidros retovados de couro, e esterco de cavalo seco e esfarelado,
trazido em uma sacola feita de um cano de bota.
Com
ambos na palma da mão, faziam uma massa que era introduzida nos buracos
da bicheira, os ferimentos e no umbigo dos terneirinhos abichados.
O
sal era levado em uma carrocinha de cincha puxada por um piá a cavalo.
Era distribuído ao gado em pequenos montes depositados no pasto,
distanciados um do outro de dois corpos de animal, formando um grande
círculo; issto depois de terminado o serviço no rodeio. Ao abandonarem o
rodeio, os gaúchos apartava, os animais cujas bicheiras fossem de
gravidade para serem, com mais atenção, cuidados no potreiro.
Parava-se os rodeios cada 20 dias, nestes intervalos o gado era cuidado com recorridas de campo.
Hoje
em dia, com o "atropelo" do carrapato, não se costuma mais parar rodeio
para costeio, porque o gado é levado ( no máximo 50) a cada 12 ou 15
dias para a mangueira a fim de ser banhado. Atualmente há outra
interpretação da palavra rodeo. As vezes os jornais trazem estampados:
"Grande Rodeio em Vacaria ou Alegrete"- estes rodeios diferem do que
acima foi descrito.
São espetáculos festivos apresentados nas cidades, a fim de demonstrar
ao público cenas gaúchas verídicas, proezas que eram realizadas nas
estâncias e nos campos. Este tipo de rodeio é criação dos americanos.
Porém, deve, entre nós, ser apreciado e mantido com entusiasmo. Nestes
espetáculos o povo pode avaliar aperícia e costumes tradicionais de que
eram capazes os gaúchos.
Fonte: Camperismo Gaúcho - Orientações práticas.
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Fonte: Autor.: Cyro Dutra Ferreira
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